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Mostrando postagens de junho, 2021

As vozes de dentro

Há momentos em que eu simplesmente não sei o que fazer. Eu olho para o lado e não vejo respostas. Então, nessas horas eu pergunto a minha Intuição:  "Quais são os próximos passos?" Mas, no primeiro instante, quem levanta a mão sem pensar duas vezes e quer tomar a palavra é a Ansiedade.  Ela, então, traz à tona uma avalanche de sensações e faz ainda mais perguntas, "e se...", que não ajudam muito e ainda me fazem sentir ainda mais culpada, já que não posso voltar ou adiantar o tempo.  Em uma tentativa de amenizar, procuro ouvir atentamente as experiências das outras pessoas e muitas vezes percebo anseios e situações iguais ou similares às minhas. Isso me faz perceber que nós estamos sujeitos a sentir medo e ter inseguranças, inclusive eu.  Peço a ela, então, que me dê um tempo. Uma vez que a Ansiedade é silenciada, o que vem à tona é a Razão. A razão, sensata, dá bons conselhos, que são sempre benéficos ao serem colocados em prática, como por exemplo, cuidar melhor d...

Quando eu encontrei a felicidade

Fui um poço de lamúrias durante a adolescência. Eu costumava filtrar a vida com um olhar voltado para o trágico. Até que um dia, me peguei sem paciência para o drama, possivelmente até parecido com os meus. Não foi por mal. Desconfio que o motivo foi outro: aconteceu no caminho até o meu parque preferido, durante o café da manhã, lendo um livro, apreciando o pôr do sol, na varanda, pensando no fato de ter uma varanda, no tal do home office, em uma liquidação, na promoção do supermercado, no passeio de bicicleta, no chá quentinho, na roupa lavada. Nos perrengues, afinal é gratificante olhar para trás e ver como é possível ir longe. Ali, em algum lugar, encontrei a felicidade. Sim, estava escondida.

stalker do tempo

De vez em quando, eu faço um regresso ao passado. Tempo que já passou, tempo que já curou. Por meio de nomes, lembranças e alguns cliques, retorno a lugares por onde já passei. Busco por rastros meus e dos outros. Lembro-me de certa situações, me comovo, me alegro, me entristeço. Digo que não vai mais se repetir, ou penso "Por que deixei de fazer isso?". É um modo de lapidação. Daí, me deparo com o óbvio: há de tudo. Quem mudou, quem permanece igual, quem cortou o cabelo, quem decidiu usar natural. Mas não há ganhadores ou perdedores, como disseram para a gente lá trás. Não nesta vida. Há escolhas. Diferentes. Cada um de nós fez uma delas.