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Obrigada, Jobs

Em meados de 2014, assisti a cinebiografia "Jobs". O que mais me chamou atenção na história por trás do dono da Apple é o fato dele nunca ter concluído a faculdade.

Dizer a não faculdade naquela época era como dizer não ao casamento nos anos 20, ou seja, a receita para uma vida infeliz, sem grandes feitos.

A faculdade foi a maneira que nossos pais encontraram para garantir a nós o que eles não tinham: realização profissional

Vim de uma geração que foi estimulada a fazer o que gosta desde cedo e a encontrar na profissão a realização de todos os sonhos. 

O problema é que a escolha precisa ser feita aos 18 anos. Que esqueceram de avisar aos jovens que muitas profissões nem sequer existiriam no futuro. Que a disputa seria desigual, que seria necessário se submeter a uma série de testes, não só acadêmicos mas também emocionais, para conseguir uma vaga de trabalho. 

Que seria preciso trabalhar por horas para ver o negócio de uma outra pessoa que muitas vezes nem sabe o seu nome crescer, enquanto você vê sua vida pessoal se esvair e sente-se insuficiente.

Eu sei, nossos pais queriam o melhor para nós. Mas, às vezes, penso que tudo isso tenha sido uma tentativa de mascarar o real problema: pode ser que o que você quer não existe ainda. 

E que será preciso inventar. Será preciso tentar várias possibilidades, vários cursos, e como diz o próprio Steve Jobs, será preciso ligar os pontos da sua jornada olhando para trás e confiar que tudo isso fará sentido um dia. 

Então, obrigada Steve, não somente por ter criado a Apple, mas por ter criado algo e ter visto o futuro muito antes de nós.









 


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