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Só vai

Eu me lembro muito bem de quando, aos 18 anos, fui trabalhar em uma farmácia. O trabalho era duro e as horas longas. Certa vez, comentei com a minha gerente que queria estudar jornalismo. Ela riu.

Após três meses de contrato, fui despedida. Mas não foi só isso: ouvi ela dizer que tímida daquele jeito, como iria trabalhar com comunicação, se nem sabia me comunicar? Não iria a lugar nenhum.

Depois de terminar a faculdade de jornalismo, tive empregos melhores ou que pelo menos pareciam melhores. Depois, vieram os freelas. Em alguns deles, ao questionar sobre as condições de trabalho, disseram que eu não iria a lugar nenhum se continuasse questionando daquele jeito.

Mas fui né? Fui a faculdade, depois fui estudar inglês fora do país, depois fui estudar espanhol. Fui à Escócia, a Paris, à Polônia, a Hungria e muitos outros. Fui e conheci um grande amor. Comecei de novo em dois países diferentes. Fui escrever e entre as voltas que a ponta da caneta dá, voltei à escrever crônicas e devaneios.

Fui como pude. Mas se tem uma coisa que eu fiz, foi ir. Com certeza, já fui e irei a muitos lugares que nem eu mesma e muito menos eles imaginamos. Por isso, ao invés de pensar tanto do que eles dizem, só vai. Só vamos.

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