Filho único

Quando todos gostam da mesma coisa, desconfie. Sério. É preciso certa maturidade para entender que a opinião da maioria não significa que algo é realmente bom. 

Acontece quando dizem que ser filho único é a melhor coisa do mundo. Sou filha única e ouviu coisas como: É mimada. Não sabe ouvir não. Não sabe dividir. É mandona.

Eu cresci acreditando isso, ainda que a realidade fosse diferente. As crianças com irmãos mais velhos sempre tinham com quem brincar. Aprontavam juntos e mais tarde lembravam disso sorrindo. Ao crescerem, tinham alguém para conversar, que já tinha passado por situações parecidas. 

Acima de tudo, o que via, é que para muitos o irmão mais velho era uma inspiração, ainda que com imperfeições. E a minha inspiração, cadê? Tive que caçar. Na internet, na música, nos livros, nas conversas, nos lugares, nos museus, nas pessoas que estão ou passaram pela minha vida. Na verdade, ainda estou caçando.

Filho único aprende a ser sozinho. A brincar com os próprios brinquedos. A criar as próprias histórias. A fazer por conta própria. Aprende a conviver com o silêncio. Aprende a ser a sua própria referência, na falta de outra. Não julgue quem é filho único, aliás não julgue ninguém (olha eu sendo mandona). 


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Comentários

  1. Vindo de uma família com três irmãos, eu sempre imaginei como seria maravilhoso ser filha única rsrs. Mas a gente cresce, e aprende a dar muito valor a esses momentos que você citou.

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    1. Com certeza! Ser filho único também tem suas vantagens, é claro. Só não é um mar de rosas que muitos imaginam, né?

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